Quando me recordo daquele final de dia, fico espantada como já passaram 10 anos.
As memórias desse fatídico momento estão tão frescas como se tivessem ocorrido ontem ou mesmo a semana passada.
Tudo o que eu queria naquele instante em que o telefone tocou, era chegar a tempo.
A tempo de ainda poder dizer que a amava. E que ela ouvisse. Antes de partir. É apenas aquilo que guardo dentro de mim e que não fui a tempo de o dizer, mais uma vez.
Tenho esperança que, dentro dela, soubesse de cor e salteado o Amor que eu lhe tinha (e que permanecerá sempre). No fundo sei que era impossível que não o soubesse. Eu, a sua neta preferida.
Que me desculpem os outros netos, mas eu acho que tinha um lugar mesmo especial. E por isso a sinto sempre desta forma. Que não há tempo que passe sobre este sentimento. Esta saudade que mói devagar. Aquela altura em que sentamos todos à mesa e sentimos que há mais pessoas que faltam ali, para que tudo estivesse completo.
Em conversas trocadas, quando falamos dela e os olhos se iluminam...
Há saudades assim. Que o tempo não apaga.
Aquele colo que sempre me recebia num afagar tão terno. Aquelas gargalhadas perdidas que eu adorava proporcionar.
O meu mundo ficou muito mais pobre há 10 anos com a sua partida.
Mas penso que não há dia nenhum que não a recorde. Que não me lembre. Que não pense. Nem que seja num pensamento fugaz.
Porque há pessoas que ficam. E a minha avó, permancerá sempre na minha vida. Pelo seu exemplo. Por tudo aquilo que fez por mim. Pelo Amor todo que sempre me deu. Por ser a pessoa especial que era.
Hoje sinto demais a tua falta. Hoje era um dia perfeito para o mimo. E ficarmos a ouvir chover lá fora.
Tenho muitas saudades tuas.
Nunca te esquecerei.